quarta-feira, 31 de março de 2010

Um conto.... (em inglês: "One count")

Boas, pessoal! Para os amantes do thriller/horror deixo aqui  uma coisa que de certeza não vão gostar. Sou um admirador de Stephen King e meninos do género e por isso escrevi este pequeno conto (aproveitei para um trabalho de Português). É um pouco negro mas espero que gostem.

Natureza Humana


Depois de uma noite de deboche e extravagância, António Nunes e Mário de Albuquerque, um advogado com um problema de jogo e um político que vive uma vida de luxo, metem-se a caminho de suas casas, no carro do autarca. Os dois são grandes amigos; uma amizade que existe desde a escola secundária que frequentaram e passaram com excelentes notas.

São quatro horas da manhã e a auto-estrada por onde seguem está completamente vazia. A única fonte de luz é o feixe provocado pelos faróis do desportivo que o autarca conduz. À medida que a viagem avança, talvez também devido ao grau de alcoolemia do automobilista, o carro atinge maiores velocidades.

Os senhores, ambos de 48 anos, vinham vestidos a rigor depois de mais uma noite no casino local. Nunes é um jogador compulsivo; nunca acaba a sua jornada por entre os neons e bebidas exóticas sem que a sua última mão o deixe, novamente, endividado. Mário acompanha-o pelo prestígio; enquanto Vice-presidente da Câmara é seu dever e do seu interesse socializar por entre vencedores e perdedores nunca deixando cair por terra o seu “sorriso amarelo”.

Depois das slotmachines, o álcool já é tanto que nada realmente importa. O consolo familiar pode ser substituído por quem nunca haviam visto, por uma quantia de dinheiro. Naquele momento, o Agora importa.

“A vida perfeita” – afirma Mário, tentando consolar o companheiro de longa data do qual a ganância levou a melhor bem como 14 mil euros não existentes da conta de Nunes – “Nada pode superar isto, NADA!” - O ego do autarca voa tão alto que envergonha os Deuses.

“Aquela última mão era completamente minha! Como é que era possível aquele idiota ter um Straight !? Comecei com um par de setes e mesmo assim perdi!!! – diz o advogado, batendo fortemente no tablier do automóvel. “Não te preocupes, homem! Amanhã é outro dia, uma outra oportunidade para ganhares.” – afirma Mário ao tentar consolar o companheiro.

De repente, no meio de nenhures, um carro surge despistado. A buzina parece estar a desvanecer-se com o passar do tempo. Mário pára o carro. Os dois aproximam-se do caos provocado pelo acidente: pneus, vidros e metal torcido compunham o cenário. O corpo deformado do condutor é irreconhecível dentro do veículo. Os homens aproximam-se e aquilo que lhes chama a atenção é o brilho dourado da fechadura de uma mala de pele preta que pelo seu aspecto teria sido raramente utilizada.

Mário assume o comando mas quando tenta telefonar para o 112, Nunes, já com a mala na sua posse, com um sorriso de orelha a orelha, chama o amigo e ao mesmo tempo apresenta-lhe o conteúdo desta. Mário reage como se um fantasma possuisse a sua alma. A sua palidez era notável e decide em conjunto com Nunes abandonar o local com a mala e o que se encontra no seu interior.

Infelizmente para os senhores, momentos mais tarde, um polícia decide segui-los devido à velocidade a que o veículo se deslocava. Apesar dos nervos, os dois homens conseguem permanecer superficialmente calmos. Param o carro e surge o Agente Costa, homem de estatura forte, robusto, ostentando o seu bigode imponente que parecia gritar lei e ordem.

“Os documentos da viat.... Senhor Engenheiro Albuquerque, que prazer vê-lo Sr. Engº. Como está o senhor e os seus?”- pergunta o carismático polícia – “Tenho de lhe dizer que tem feito um excelente trabalho no que toca ao aumento dos fundos para o nosso departamento e que pode contar com todo o nosso apoio para o que for necessário!”.

Mário, ainda em choque pelo que encontrou minutos antes, parece balbuciar algumas palavras. Apesar de não entender o que o Vice-presidente quis afirmar, o Agente Costa evidencia a velocidade que Mário imprimia no seu veículo mas que desta vez um aviso seria o suficiente.

Os dois retomam a viagem. O político sua cada vez mais enquanto o advogado/jogador amador range os dentes de felicidade. “Nunca falaremos sobre isto a ninguém, ouviste Nunes?! NUNCA!!! O que está aí pode destruir tudo aquilo pelo que lutei e me fez chegar onde cheguei!” – grita o autarca. “Estás doido?! Este dinheiro dá para pagar aquilo que devo e ainda sobra!!!- responde Nunes. “Só pensas em dinheiro, Nunes? Já viste o que está aí para além do dinheiro? Fotos, Nunes! FOTOS!!! Achas que preciso de mais um escândalo na minha vida?”.

A discussão ascende a proporções ameaçadoras. Mário quer o conteúdo da mala para salvar a sua carreira e reputação mas no seu caminho está a ganância de Nunes que, apesar de saber as consequências em que o material poderia meter o autarca, fala mais alto.

Nunes, contra todo o respeito e natureza do ser humano pelo próximo, acaba por perfurar o peito do político com a sua caneta enquanto bate com a cabeça deste contra o volante do veículo ainda em movimento. Cada vez mais o interior do automóvel se cobre de vermelho e o carro começa a seguir uma nova direcção: ultrapassa o rail de protecção acabando por se despistar no sentido contrário da via embatendo num pobre automobilista que nada poderia fazer face aos destroços vindos ao seu encontro. Partes da carroçaria e sangue são espalhados pelo asfalto.

Uma hora passa e Nunes recupera a sua consciência no meio do cenário de chamas. Fraco e magoado, este tenta alcançar ao máximo a mala que tanta dor provocou aos dois senhores. Num último momento de esforço, Nunes aceita o seu destino e desiste. A última visão que testemunha é a de três vultos, com fatos que faziam relembrar o seu armário e o mesmo olhar nas suas faces quando confrontados com a mala. Vencido pela ganância, Nunes expira pela última vez e a mala que tanto prometia ao advogado, desapareceu, pelo menos por agora.

sábado, 6 de março de 2010

Temporal

Boas noites, pessoal

Escrevo hoje no blog para mostrar o resultado do temporal de ontem que ocorreu na zona de Alenquer.
Não só porque resido nesta vila mas para dar uma amostra do que tem acontecido um pouco por todo o mundo: a natureza não é para brincadeiras e estas são as consequências de uma noite muito chuvosa e que causou bastantes estragos na zona.

Aqui deixo algumas fotos (eu sei que não têm grande qualidade mas foram tiradas ao volante)

sexta-feira, 5 de março de 2010

Se me acontece uma destas...

Oiçam este concurso de rádio e digam-me se o locutor não é um santo!
Trata-se da Anabela, uma participante de Malhadas (Aonde???) que tenta adivinhar o peso do saco. Tem de pesar mais de 4 quilos e meio....



Jesus Christ...

quinta-feira, 4 de março de 2010

Banho da sabedoria

7h30, hora do banho. Dispo-me, meto-me na banheira e aí começa a reflexão do dia. É verdade! Não sei se é o caso de outras pessoas mas o meu santuário privado, a minha Meca espiritual centra-se naquela casa de azulejos e portais de porcelana.


Durante cerca de quinze minutos (vinte, se a música que estiver a dar no mp3 for boa) reflicto sobre o dia que passou e principalmente na vitória do Benfica na última jornada. Questiono-me se os grandes líderes mundiais tomam as suas grandes decisões durante a hora do duche (palavra esquisita, duche. Caso não saibam, não digam duche perto de um americano: o resultado pode ser uma “galheta” bem dada na vossa cara; vejam no wikipédia que talvez vos elucide).

Claro que toda esta sessão de esclarecimento mental pode muito bem ser acompanhada de um desempenho digno dos Ídolos mas há algo na acústica da casa de banho que torna a minha voz (não sei se é a palavra certa) angustiante!

Agora vocês interrogam-se: mas que raio é que este rapaz que de certeza não tem nada para fazer de jeito na vida pensa quando está na banheira? Tudo!!! O estado de transe em que me encontro é de tal maneira impressionante que por vezes o pensar em nada já é algo que me ocupa mentalmente. Vindo de mim isso já é normal, principalmente quando o sono é meu dono e senhor.

Deixo esta sugestão no ar e experimentem fazer isto. Provavelmente, um dia terei dois senhores do departamento de águas da minha zona de residência a bater-me à porta tentando solucionar o mistério da água desperdiçada... A minha linha de defesa? Com a voz num grau de mariquinhas a níveis nunca antes vistos: “Estava a pensar sobre a vida.... no banho......”. Ora aqui está um exemplo de um dos muitos pensamentos do banho desta manhã. Ridículo, eu sei!

Por fim, a meditação acaba. A torneira é fechada e um relâmpago de génio atinge-me: “Rai’s parta! Esqueci-me do shampô...”.